A cultura indígena sempre foi rica quando nos referimos aos
mitos. Na verdade, pode-se dizer que praticamente tudo o que acontece no mundo
tem uma razão espiritual para os índios. Porém, existem algumas lendas que
atravessaram a barreira do mundo indígena e chegaram até os homens das cidades,
tornado-se assim bastante difundidas. Nessa primeira parte do texto sobre o
assunto, veremos uma lenda que se tornou famosa para algumas pessoas tanto pelo
seu romantismo como também pela sua magia.
“Potyra – As Lágrimas de Diamantes”
Em uma pequena aldeia indígena existia uma jovem e linda indiazinha chamada Potyra. Vários jovens da tribo, encantados com a beleza da moça, desejavam tê-la como esposa. Porém, o coração de Potyra pertencia somente ao jovem guerreiro Itagibá, o braço de pedra. Enquanto aguardavam a idade para poderem se unir de fato, os dois procuravam sempre se encontrar a beira do rio para trocarem juras de amor.
Ao chegar à idade do casamento, Itagibá conseguiu sua
condição oficial de guerreiro. Os dois se casaram e foram viver suas vidas
juntos, como tanto desejavam. Todas as vezes em que Itagibá saia da tribo para
caçar, Potyra ficava esperando ansiosa reencontrar seu amado, e essas curtas
separações acabavam deixando os dois ainda mais unidos.
Até que certa vez a tribo foi atacada por inimigos. Itagibá
e os outros guerreiros partiram para a guerra, descendo rio abaixo com suas
canoas. Potyra via o seu amado indo embora, mas não sabia o que sentia
realmente vendo-o partir.
Então, depois disso, Potyra ia todos os dias se sentar à
beira do rio esperando a volta de Itagibá, com um olhar de ansiedade, tristeza
e saudade. O tempo passou, até que um dia foi anunciado que Itagibá não
voltaria, pois tinha sido morto na guerra. Potyra ficou desolada. Começou a chorar
desesperadamente e foi até a beira do rio. E ficou lá, chorando, todos os dias
sem falar nada. Apenas soluçando e derramando suas lágrimas no rio.
Vendo a tristeza da jovem, Tupã, o deus dos raios, se
sensibilizou, e fez com que suas lágrimas se transformassem em diamantes. Esses
diamantes foram aasim levados pela correnteza do rio, chegando até a sepultura
de Itagibá, como prova do eterno amor de Potyra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário