terça-feira, 24 de abril de 2012

Cipó - 8. Mitos (parte 1 de 2)

A cultura indígena sempre foi rica quando nos referimos aos mitos. Na verdade, pode-se dizer que praticamente tudo o que acontece no mundo tem uma razão espiritual para os índios. Porém, existem algumas lendas que atravessaram a barreira do mundo indígena e chegaram até os homens das cidades, tornado-se assim bastante difundidas. Nessa primeira parte do texto sobre o assunto, veremos uma lenda que se tornou famosa para algumas pessoas tanto pelo seu romantismo como também pela sua magia.

“Potyra – As Lágrimas de Diamantes”

Em uma pequena aldeia indígena existia uma jovem e linda indiazinha chamada Potyra. Vários jovens da tribo, encantados com a beleza da moça, desejavam tê-la como esposa. Porém, o coração de Potyra pertencia somente ao jovem guerreiro Itagibá, o braço de pedra. Enquanto aguardavam a idade para poderem se unir de fato, os dois procuravam sempre se encontrar a beira do rio para trocarem juras de amor.



Ao chegar à idade do casamento, Itagibá conseguiu sua condição oficial de guerreiro. Os dois se casaram e foram viver suas vidas juntos, como tanto desejavam. Todas as vezes em que Itagibá saia da tribo para caçar, Potyra ficava esperando ansiosa reencontrar seu amado, e essas curtas separações acabavam deixando os dois ainda mais unidos.
Até que certa vez a tribo foi atacada por inimigos. Itagibá e os outros guerreiros partiram para a guerra, descendo rio abaixo com suas canoas. Potyra via o seu amado indo embora, mas não sabia o que sentia realmente vendo-o partir.

Então, depois disso, Potyra ia todos os dias se sentar à beira do rio esperando a volta de Itagibá, com um olhar de ansiedade, tristeza e saudade. O tempo passou, até que um dia foi anunciado que Itagibá não voltaria, pois tinha sido morto na guerra. Potyra ficou desolada. Começou a chorar desesperadamente e foi até a beira do rio. E ficou lá, chorando, todos os dias sem falar nada. Apenas soluçando e derramando suas lágrimas no rio.
Vendo a tristeza da jovem, Tupã, o deus dos raios, se sensibilizou, e fez com que suas lágrimas se transformassem em diamantes. Esses diamantes foram aasim levados pela correnteza do rio, chegando até a sepultura de Itagibá, como prova do eterno amor de Potyra.


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